As universidades na Idade Média desenvolveram uma estrutura muito complexa que possibilitou o desenvolvimento intelectual e científico, cujo legado hoje desfrutamos.
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O aparecimento das universidades na Europa Cristã por volta dos séculos XII e XIII está entre os principais acontecimentos da Idade Média. As universidades da Idade Média tornaram-se as mais significativas instituições educacionais e intelectuais desde a época clássica, período em que se destacaram o liceu de Atenas e outras instituições notórias. O que caracterizou as universidades na Idade Média foi a forma de organização, bem como a liberdade para o estudo de temas diversos, universais, como o próprio nome sugere.
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Como criações eclesiásticas, isto é, que nasceram de iniciativa da Igreja Católica, as universidades, de certo modo, originaram-se como extensões dos colégios episcopais, nos quais os jovens estudantes aprendiam o domínio das sete artes liberais, que eram a base da educação da Idade Média. No entanto, as universidades só começaram a destacar-se como um sistema de educação e investigação mais complexo que os colégios episcopais por volta do século XIII. Inclusive, data desse século a carta encíclica Parensscientiarum, do Papa Gregório IX, que legitimou a universidade enquanto instituição eclesiástica.
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Data também do século XIII o triunfo do pensamento escolástico medieval, que permeava os estudos mais avançados das universidades em todas as suas áreas de investigação, desde o direito canônico e a medicina até à teologia, astronomia, lógica e retórica. A organização das universidades estava orientada pelo corpo eclesiástico. Sendo assim, seus fundamentos intelectuais, como obras fundamentais e os eixos programáticos de estudos, bem como seus professores, integravam a própria estrutura da Igreja. Como expõe a historiadora Regine Pernoud, em sua obra “Luz sobre a Idade Média”:
“[…] Criada pelo Papado, a Universidade tem um caráter inteiramente eclesiástico: os professores pertencem todos à Igreja, e as duas grandes ordens que ilustram, no século XIII, Franciscana e Dominicana, vão lá, em breve cobrir-se de glória, com um S. Boaventura e um S. Tomás de Aquino; os alunos, mesmo aqueles que não se destinam ao sacerdócio, são chamados clérigos, e alguns deles usam a tonsura – o que não quer dizer que aí apenas se ensine a teologia, uma vez que seu programa comporta todas as grandes disciplinas científicas e filosóficas, da gramática à dialética, ando pela música e pela geometria.” (PERNOUD, Regine. Luz sobre a Idade Média. Publicações Europa-América, 1996. pp. 98)
O graduando da universidade medieval era chamado de artista, remetendo à ideia de que quem domina as artes liberais. As primeiras universidades comumente citadas são as de Paris (França), Bolonha (Itália), Oxford e Cambridge (Inglaterra). A universidade de Paris destacou-se no século XIII pelos estudos avançados em teologia e artes, enquanto Bolonha, na mesma época, desenvolveu altos estudos em direito.
A Universidade de Paris destacou-se na Idade Média por seus estudos em teologia e artes *
O método de estudo e discussão escolástico, a disputatio, era o principal método empregado nos debates de estudos avançados nas universidades medievais. A Suma Teológica, escrita por São Tomás de Aquino, está completamente ancorada nesse método. Outros campos de estudo que se destacaram foram o da filosofia natural (geralmente ancorada na metafísica e na física de Aristóteles), da música e da astrologia.
FERNANDES, Cláudio.
"Universidades na Idade Média"; Brasil Escola.
Disponível em: /historia/universidades-na-idade-media.htm. o em 24 de
maio
de 2025.
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Lista de exercícios
Exercício 1
(UFJF) As primeiras universidades criadas na Baixa Idade Média foram a Universidade de Bolonha e a de Paris. Em sua grande maioria, eram ligadas à Igreja, fundadas pelo Papa ou por ele confirmadas. Monarcas e príncipes também se julgavam no direito de poder criá-las.
Sobre as universidades medievais, é incorreto afirmar que:
a) o crescimento do número de universidades, principalmente após o século XII, estava atrelado à expansão dos setores urbano e comercial;
b) desde seu início, as universidades conseguiram manter-se afastadas da influência do pensamento predominante da Igreja Católica;
c) a criação das universidades ampliou a atividade de ensino, anteriormente centralizada nos mosteiros situados no campo;
d) o ensino abordava áreas de conhecimento como a gramática, a retórica, a lógica, a aritmética, a geometria, a astronomia e a música;
e) a filosofia escolástica, estudada nas universidades, buscava harmonizar a razão e a fé.
(Unicenp) Julgue as seguintes afirmações sobre as universidades medievais:
I. As universidades são filhas do renascimento intelectual do século XII e da nova curiosidade originada pelos contatos que o Ocidente estabeleceu com os mundos muçulmano e bizantino.
II. As universidades eram corporações de professores e alunos.
III. As universidades eram completamente independentes do poder eclesiástico.
IV. As universidades estavam divididas em quatro faculdades: Artes, Medicina, Direito e Teologia.
Assinale a alternativa correta:
a) somente a afirmativa II é correta;
b) somente a afirmativa I é correta;
c) somente as afirmativas I e II são corretas;
d) somente as afirmativas I, II e IV são corretas;
As universidades formavam, na Idade Média, quadros de estudantes interessados em três grandes áreas: o Direito, a Medicina e a Teologia. Completado um desses cursos, o estudante recebia o grau de doutor, que até hoje é atribuído a quem se forma em Direito e Medicina. Porém, para entrar nas universidades medievais, o candidato precisava estar formado nas chamadas artes liberais, que eram compostas pelo: