Sermão da sexagésima

Sermão da sexagésima é uma obra barroca do escritor Padre Antônio Vieira. O padre analisa as causas da ineficiência da pregação feita pelos pregadores de seu tempo.

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Sermão da sexagésima é uma obra do escritor barroco Padre Antônio Vieira. O sermão é composto por 10 partes, nas quais Vieira busca descobrir as causas da ineficiência dos sermões, ou seja, por que a pregação não provoca a conversão dos ouvintes. Conclui que a culpa é do pregador e analisa as causas da ineficiência de sua pregação com base em cinco circunstâncias: “a pessoa que [o pregador] é, a ciência que tem, a matéria que trata, o estilo que segue, a voz com que fala”.

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Tópicos deste artigo

Resumo sobre o Sermão da sexagésima

  • Sermão da sexagésima é uma obra do escritor barroco Padre Antônio Vieira.
  • O Sermão da sexagésima é composto por 10 partes:
    • I — fala sobre a parábola do semeador, que vai nortear grande parte da argumentação de Vieira;
    • II — o padre faz o seguinte questionamento: “Se a palavra de Deus é tão eficaz e tão poderosa, como vemos tão pouco fruto da palavra de Deus?”;
    • III — Vieira afirma que a culpa de a pregação ser ineficaz é do pregador;
    • IV — o autor conclui que um dos motivos do fracasso na conversão dos ouvintes é que o pregador prega apenas palavras e não obras, ou seja, não dá o exemplo;
    • V — Vieira condena o estilo de pregar afetado e não natural do pregador;
    • VI — o padre afirma que o “sermão há-de ter um só assunto e uma só matéria”;
    • VII — o autor afirma que o “pregador há-de pregar o seu e não o alheio”, ou seja, aquilo que ele conhece;
    • VIII — Vieira busca saber se a ineficiência do sermão se deve à voz do pregador, pois antigamente “pregavam bradando, hoje pregam conversando”;
    • IX — o padre aponta como uma das causas da ineficiência dos sermões o fato de que “as palavras dos pregadores são palavras, mas não são palavras de Deus”, ou seja, não são palavras com o sentido das Escrituras;
    • X — Vieira conclui que se deve pregar com o fervor dos antigos, como se o púlpito fosse um palco teatral.

Análise da obra Sermão da sexagésima

A obra de Vieira apresenta dualismo, constatado na argumentação engenhosa e, portanto, de caráter fortemente racional, em contraposição à temática religiosa, marcada pela fé. A obra apresenta contraste, com uso de antíteses e de paradoxos, figuras caras ao estilo barroco. Outras características do estilo são o cultismo (jogo de palavras) e o conceptismo (jogo de ideias) usados na argumentação.

O Sermão da sexagésima tem 10 partes. Na primeira parte, Vieira menciona Cristo, sobre o qual disse que: “saiu o pregador evangélico a semear” a palavra divina. Assim, o padre coloca em evidência os verbos “semear” e “sair”. Então começa sua argumentação ao dizer que entre “os semeadores do Evangelho há uns que saem a semear, há outros que semeiam sem sair”.

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Os que saem vão pregar em outros países. Os que ficam pregam na pátria. Então faz um trocadilho, ou jogo de palavras, ao escrever: “Os de cá, achar-vos-eis com mais paço; os de lá, com mais os”. Segue com menção a Cristo e à sua parábola do semeador: “Uma parte do trigo caiu entre espinhos, e afogaram-no os espinhos”, “Outra parte caiu sobre pedras, e secou-se nas pedras por falta de umidade”, “Outra parte caiu no caminho, e pisaram-no os homens e comeram-no as aves”.

Assim, mostra como todas as criaturas do mundo ficaram contra o semeador. Em seguida, menciona que Cristo mandou os apóstolos pregarem pelo mundo. Então ele volta para a própria experiência, e, em sua afirmação, usa uma antítese: “Mas ainda a [desgraça] do semeador do nosso Evangelho não foi a maior. A maior é a que se tem experimentado na seara aonde eu fui, e para onde venho”.

Menciona “os semeadores evangélicos da missão do Maranhão de doze anos a esta parte”, os quais padeceram mirrados, afogados, comidos, pisados e perseguidos. Mas, segundo Vieira, o semeador do Evangelho não desanimou, “continuou por diante no semear”. E assim, o trigo “nasceu, cresceu, espigou, amadureceu, colheu-se, mediu-se, achou-se que por um grão multiplicara cento”.

Ele começa a segunda parte, explicando a parábola:

O trigo que semeou o pregador evangélico, diz Cristo que é a palavra de Deus. Os espinhos, as pedras, o caminho e a terra boa em que o trigo caiu, são os diversos corações dos homens. Os espinhos são os corações embaraçados com cuidados, com riquezas, com delícias; e nestes afoga-se a palavra de Deus. As pedras são os corações duros e obstinados; e nestes seca-se a palavra de Deus, e se nasce, não cria raízes. Os caminhos são os corações inquietos e perturbados com a agem e tropel das coisas do Mundo, umas que vão, outras que vêm, outras que atravessam, e todas am; e nestes é pisada a palavra de Deus, porque a desatendem ou a desprezam. Finalmente, a terra boa são os corações bons ou os homens de bom coração; e nestes prende e frutifica a palavra divina, [...].

Em seguida, Vieira aprofunda seus questionamentos ao perguntar: “Se a palavra de Deus é tão eficaz e tão poderosa, como vemos tão pouco fruto da palavra de Deus?” e “Nunca na Igreja de Deus houve tantas pregações, nem tantos pregadores como hoje. Pois se tanto se semeia a palavra de Deus, como é tão pouco o fruto?”.

Na tentativa de responder às suas dúvidas, Vieira inicia a terceira parte do sermão. Ele afirma que “fazer pouco fruto a palavra de Deus no Mundo, pode proceder de um de três princípios: ou da parte do pregador, ou da parte do ouvinte, ou da parte de Deus”. Vieira diz que o pregador contribui por meio da doutrina; Deus, por meio da graça; e, por fim, o homem, por meio do conhecimento. Então, qual desses três agentes está em falta?

De cara, descarta a falta de Deus, pois isso seria contrário à fé. Em seguida, Vieira utiliza uma antítese ao retomar a parábola: “A primeira [parte do trigo] perdeu-se, porque a afogaram os espinhos; a segunda, porque a secaram as pedras; a terceira, porque a pisaram os homens e a comeram as aves. Isto é o que diz Cristo; mas notai o que não diz”.

Assim, segundo Vieira, Cristo “não diz que parte alguma daquele trigo se perdesse por causa do sol ou da chuva”. Sendo divina a natureza, “deixar de frutificar a semente da palavra de Deus, nunca é por falta do Céu, sempre é por culpa nossa”. Além disso, conclui que: “Os ouvintes, ou são maus ou são bons; se são bons, faz neles fruto a palavra de Deus; se são maus, ainda que não faça neles fruto, faz efeito”.

Se o culpado não é Deus nem os ouvintes, resta então o pregador. Dessa forma, na quarta parte, Vieira busca mostrar em que consiste a culpa do pregador. Afirma que no “pregador podem-se considerar cinco circunstâncias: a pessoa, a ciência, a matéria, o estilo, a voz. A pessoa que é, a ciência que tem, a matéria que trata, o estilo que segue, a voz com que fala”.

Um dos motivos do fracasso na conversão do ouvinte, segundo Vieira, é “porque hoje pregam-se palavras e pensamentos, antigamente pregavam-se palavras e obras. Palavras sem obra são tiros sem bala; atroam, mas não ferem”. Portanto, o pregador não dá o exemplo. Então, se “os ouvintes ouvem uma coisa e veem outra, como se hão-de converter?”.

Na quinta parte, aponta uma nova causa para o fracasso do pregador: o estilo de pregar afetado, em vez de natural. Comparando o pregar ao semear, usa um paradoxo: “O semear não é assim [como nas outras artes, em que tudo é arte]. É uma arte sem arte, caia onde cair”. Além disso, afirma que o “pregar há-de ser como quem semeia, e não como quem ladrilha ou azuleja”.

Na sexta parte, Vieira fala da causa de sua queixa em relação ao estilo dos pregadores. Vieira defende que o “sermão há-de ter um só assunto e uma só matéria”. Utiliza como argumento: “Cristo disse que o lavrador do Evangelho não semeara muitos gêneros de sementes, senão uma só: [...]. Semeou uma semente só, e não muitas, porque o sermão há-de ter uma só matéria, e não muitas matérias”.

Na sétima parte, afirma que o “pregador há-de pregar o seu e não o alheio”, ou seja, aquilo que ele conhece. E argumenta: “Por isso diz Cristo que semeou o lavrador do Evangelho o trigo seu: [...]. Semeou o seu e não o alheio, porque o alheio e o furtado não é bom para semear, ainda que o furto seja de ciência”.

Na oitava parte, busca saber se a ineficiência do sermão se deve à voz do pregador: “Será finalmente a causa, que há tanto buscamos, a voz com que hoje falam os pregadores? Antigamente pregavam bradando, hoje pregam conversando”. Isso porque os brados atingem os sentidos e “o Mundo se governa [...] pelos sentidos”.

Não de todo convencido, inicia a nona parte, afirmando o seguinte: “As palavras que tomei por tema o dizem: Semen est verbum Dei. Sabeis, Cristãos, a causa por que se faz hoje tão pouco fruto com tantas pregações? — é porque as palavras dos pregadores são palavras, mas não são palavras de Deus”.

Assim, lança mais um paradoxo acerca dos pregadores: “Pregam palavras de Deus, mas não pregam a palavra de Deus”. E o explica: “As palavras de Deus, pregadas no sentido em que Deus as disse, são palavras de Deus; mas pregadas no sentido que nós queremos, não são palavras de Deus, antes podem ser palavras do Demônio”.

Para Vieira, se o que o pregador prega não está nas Escrituras, isso não pode ser a palavra de Deus. Além disso, segundo o padre, “referir as palavras de Deus em diferente sentido do que foram ditas, é levantar falso testemunho a Deus, é levantar falso testemunho às Escrituras”.

Por fim, na décima parte, Vieira comenta sobre pregar como os antigos, com fervor: “Dir-me-eis o que a mim me dizem, e o que já tenho experimentado, que, se pregamos assim, zombam de nós os ouvintes, e não gostam de ouvir. Oh, boa razão para um servo de Jesus Cristo! Zombem e não gostem embora, e façamos nós nosso ofício!”.

E acrescenta: “Pois o gostarem ou não gostarem os ouvintes! Oh que advertência tão digna! Que médico há que repare no gosto do enfermo, quando trata de lhe dar saúde? Sarem e não gostem; salvem-se e amargue-lhes, que para isso somos médicos das almas”. Por fim:

[...]. Semeadores do Evangelho, eis aqui o que devemos pretender nos nossos sermões: não que os homens saiam contentes de nós, senão que saiam muito descontentes de si; não que lhes pareçam bem os nossos conceitos, mas que lhes pareçam mal os seus costumes, as suas vidas, os seus atempos, as suas ambições e, enfim, todos os seus pecados. Contanto que se descontentem de si, descontentem-se embora de nós.

Trechos da obra Sermão da sexagésima

Ecce exiit qui seminat, seminare. Diz Cristo que “saiu o pregador evangélico a semear” a palavra divina. Bem parece este texto dos livros de Deus. Não só faz menção do semear, mas também faz caso do sair: Exiit, porque no dia da messe hão-nos de medir a semeadura e hão-nos de contar os os. O Mundo, aos que lavrais com ele, nem vos satisfaz o que dispendeis, nem vos paga o que andais. Deus não é assim. Para quem lavra com Deus até o sair é semear, porque também das adas colhe fruto. Entre os semeadores do Evangelho há uns que saem a semear, há outros que semeiam sem sair. Os que saem a semear são os que vão pregar à Índia, à China, ao Japão; os que semeiam sem sair, são os que se contentam com pregar na Pátria. Todos terão sua razão, mas tudo tem sua conta. Aos que têm a seara em casa, pagar-lhes-ão a semeadura; aos que vão buscar a seara tão longe, hão-lhes de medir a semeadura e hão-lhes de contar os os.

[...]. Houve missionários afogados, porque uns se afogaram na boca do grande rio das Amazonas; houve missionários comidos, porque a outros comeram os bárbaros na ilha dos Aroãs; houve missionários mirrados, porque tais tornaram os da jornada dos Tocantins, mirrados da fome e da doença, onde tal houve, que andando vinte e dois dias perdido nas brenhas matou somente a sede com o orvalho que lambia das folhas. Vede se lhe quadra bem o Natum aruit, quia non habebat humorem! E que sobre mirrados, sobre afogados, sobre comidos, ainda se vejam pisados e perseguidos dos homens: Conculcatum est! Não me queixo nem o digo, Senhor, pelos semeadores; só pela seara o digo, só pela seara o sinto. Para os semeadores, isto são glórias: mirrados sim, mas por amor de vós mirrados; afogados sim, mas por amor de vós afogados; comidos sim, mas por amor de vós comidos; pisados e perseguidos sim, mas por amor de vós perseguidos e pisados.

[...] Não há um homem que em um sermão entre em si e se resolva, não há um moço que se arrependa, não há um velho que se desengane. Que é isto? Assim como Deus não é hoje menos onipotente, assim a sua palavra não é hoje menos poderosa do que dantes era. Pois se a palavra de Deus é tão poderosa; se a palavra de Deus tem hoje tantos pregadores, porque não vemos hoje nenhum fruto da palavra de Deus? Esta, tão grande e tão importante dúvida, será a matéria do sermão. Quero começar pregando-me a mim. A mim será, e também a vós; a mim, para aprender a pregar; a vós, que aprendais a ouvir.

[...]. De maneira que o trigo que caiu na boa terra, nasceu e frutificou; o trigo que caiu na má terra, não frutificou, mas nasceu; porque a palavra de Deus é tão fecunda, que nos bons faz muito fruto e é tão eficaz que nos maus, ainda que não faça fruto, faz efeito; lançada nos espinhos, não frutificou, mas nasceu até nos espinhos; lançada nas pedras, não frutificou, mas nasceu até nas pedras. Os piores ouvintes que há na Igreja de Deus, são as pedras e os espinhos. [...].

Supostas estas duas demonstrações; suposto que o fruto e efeitos da palavra de Deus, não fica, nem por parte de Deus, nem por parte dos ouvintes, segue-se por consequência clara, que fica por parte do pregador. E assim é. Sabeis, cristãos, porque não faz fruto a palavra de Deus? — Por culpa dos pregadores. Sabeis, pregadores, porque não faz fruto a palavra de Deus? — Por culpa nossa.

[...]. Verbo Divino é palavra divina; mas importa pouco que as nossas palavras sejam divinas, se forem desacompanhadas de obras. A razão disto é porque as palavras ouvem-se, as obras veem-se; as palavras entram pelos ouvidos, as obras entram pelos olhos, e a nossa alma rende-se muito mais pelos olhos que pelos ouvidos. [...]

[...]. Não fez Deus o céu em xadrez de estrelas, como os pregadores fazem o sermão em xadrez de palavras. Se de uma parte há-de estar branco, da outra há-de estar negro; se de uma parte dizem luz, da outra hão-de dizer sombra; se de uma parte dizem desceu, da outra hão-de dizer subiu. Basta que não havemos de ver num sermão duas palavras em paz? Todas hão-de estar sempre em fronteira com o seu contrário? Aprendamos do céu o estilo da disposição, e também o das palavras. As estrelas são muito distintas e muito claras. Assim há-de ser o estilo da pregação; muito distinto e muito claro. E nem por isso temais que pareça o estilo baixo; as estrelas são muito distintas e muito claras, e altíssimas. [...].

[...]. Vede-o claramente em Cristo. Depois que Pilatos examinou as acusações que contra ele se davam, lavou as mãos e disse: [...]. “Eu nenhuma causa acho neste homem”. Neste tempo todo o povo e os escribas bradavam de fora, que fosse crucificado: [...]. De maneira que Cristo tinha por si a razão e tinha contra si os brados. E qual pôde mais? — Puderam mais os brados que a razão. A razão não valeu para o livrar, os brados bastaram para o pôr na Cruz. E como os brados no Mundo podem tanto, bem é que bradem alguma vez os pregadores, bem é que gritem. Por isso Isaías chamou aos pregadores “nuvens”: [...]? A nuvem tem relâmpago, tem trovão e tem raio: relâmpago para os olhos, trovão para os ouvidos, raio para o coração; com o relâmpago alumia, com o trovão assombra, com o raio mata. Mas o raio fere a um, o relâmpago a muitos, o trovão a todos. Assim há-de ser a voz do pregador — um trovão do Céu, que assombre e faça tremer o Mundo.

[...]. Ah, Senhor, quantos falsos testemunhos vos levantam! Quantas vezes ouço dizer que dizeis o que nunca dissestes! Quantas vezes ouço dizer que são palavras vossas, o que são imaginações minhas, que me não quero excluir deste número! Que muito logo que as nossas imaginações e as nossas vaidades e as nossas fábulas não tenham a eficácia de palavra de Deus!

[...]. De maneira que o frutificar não se ajunta com o gostar, senão com o padecer; frutifiquemos nós, e tenham eles paciência. A pregação que frutifica, a pregação que aproveita, não é aquela que dá gosto ao ouvinte, é aquela que lhe dá pena. Quando o ouvinte a cada palavra do pregador treme; quando cada palavra do pregador é um torcedor para o coração do ouvinte; quando o ouvinte vai do sermão para casa confuso e atônito, sem saber parte de si, então é a pregação qual convém, então se pode esperar que faça fruto: [...].

O que padre Vieira defende em Sermão da sexagésima?

Vieira defende que o pregador é o único culpado pelo fracasso na conversão dos ouvintes, já que tenta converter por palavras apenas, mas não mostra as obras, ou seja, não dá exemplo. Outra falta do pregador é usar um estilo afetado, em vez de um estilo natural.

Além disso, Vieira defende que o sermão deve ter só um assunto e critica os pregadores: “que tomam muitas matérias, levantam muitos assuntos e quem levanta muita caça e não segue nenhuma não é muito que se recolha com as mãos vazias”.

No mais, defende que os pregadores não estão pregando a palavra de Deus: “Se os pregadores semeiam vento, se o que se prega é vaidade, se não se prega a palavra de Deus, como não há a Igreja de Deus de correr tormenta, em vez de colher fruto?”. Por fim, defende que o pregador deve pregar com fervor e amparado nas Escrituras. Assim, valoriza a forma antiga de pregar e critica os pregadores de seu tempo.

Sermões de padre Antônio Vieira

Padre Vieira escreveu inúmeros sermões, sendo os principais deles:

  • Sermão da sexagésima
  • Sermão primeiro de Quarta-feira de Cinza
  • Sermão do Santíssimo Sacramento em Santa Engrácia
  • Sermão de Nossa Senhora da Luz
  • Sermão da terceira quarta-feira da Quaresma
  • Sermão de Santo Inácio
  • Sermão da terceira dominga da Quaresma
  • Sermão do Santíssimo Sacramento no carnaval de Roma
  • Sermão da quinta quarta-feira da Quaresma
  • Sermão de Nossa Senhora de Penha de França
  • Sermão no sábado quarto da Quaresma
  • Sermão das lágrimas de São Pedro
  • Sermão do mandato
  • Sermão da bula da santa Cruzada
  • Sermão segundo de Quarta-feira de Cinza
  • Sermão de Santo Antônio aos peixes
  • Sermão do bom ladrão
  • Sermão pelo bom sucesso das armas de Portugal contra as de Holanda

Padre Antônio Vieira, autor de Sermão da sexagésima

Padre Antônio Vieira, em pintura de José Rodrigues Nunes (1800-1881), o autor de “Sermão da sexagésima”.
Padre Antônio Vieira é o autor de Sermão da sexagésima.

Padre Antônio Vieira é o autor de Sermão da sexagésima. Ele nasceu em 6 de fevereiro de 1608, em Lisboa, Portugal. Sua família se mudou para o Brasil por volta de 1615, quando o escritor estudou em colégio de jesuítas. Assim, com 15 anos de idade, ingressou na Companhia de Jesus. Já em 1633, pregou seu primeiro sermão, o qual tratava da invasão holandesa.

Padre Vieira foi conselheiro de D. João IV (1604-1656), criou inimizades em Portugal por defender os cristãos-novos, e no Brasil por condenar a escravização dos povos indígenas. Perseguido pela Inquisição portuguesa e acusado de heresia, foi proibido de pregar durante seis meses. Faleceu em 18 de julho de 1697, em Salvador.

Fontes

ABAURRE, Maria Luiza M.; PONTARA, Marcela. Literatura: tempos, leitores e leituras. 4. ed. São Paulo: Moderna, 2021.

HAAG, Carlos. O homem de Deus na corte dos homens: biografia mostra Padre Vieira como um hábil articulador político. Pesquisa FAPESP, ed. 185, jul. 2011.

LEAL, Ernesto Castro. A inscrição de António Vieira em Histórias de Portugal (séculos XIX e XX): memória e legitimidade. Topoi, Rio de Janeiro, v. 22, n. 46, jan./ abr. 2021.

REVISTA DO INSTITUO HUMANITAS UNISINOS. Antônio Vieira: imperador da língua portuguesa. Disponível em: https://www.ihuonline.unisinos.br/media/pdf/IHUOnlineEdicao244.pdf.

VIEIRA, Padre Antônio. Sermão da sexagésima. Disponível em: https://arquivo.bocc.ubi.pt/pag/vieira-antonio-sermao-sexagesima.pdf.

Primeira edição da obra Sermão da sexagésima, de Padre Antônio Vieira.
Primeira edição da obra Sermão da sexagésima, de Padre Antônio Vieira.
Crédito da Imagem: Wikimedia Commons
Escritor do artigo
Escrito por: Warley Souza Professor de Português e Literatura, com licenciatura e mestrado em Letras pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG).
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SOUZA, Warley. "Sermão da sexagésima"; Brasil Escola. Disponível em: /literatura/sermao-da-sexagesima.htm. o em 25 de maio de 2025.
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